sexta-feira, 26 de outubro de 2007

CONCURSO

Deixe seu comentário dizendo de qual banda é a letra da música abaixo, e ainda, acertando o nome da música, o seu ano de lançamento e de qual CD a mesma faz parte, concorra a um sensacional final de semana com direito a acompanhante, na maravilhosa Praia da Pipa-RN, totalmente bancado por você mesmo!

A lâmpada de Edison
O código de Morse
Graham Bell no telefone

O lunático Armstrong
Sigmund Freud e sua mamãe
von Braun e seus cometas

Ao sul da linha imaginária
Eder Jofre, Roberto Carlos Braga
No hemisfério norte Cassius Clay, Frank Sinatra
Que trapaça!

Eu vou inventar no escuro
Que hoje é o passado do futuro

Eu vou escrever no muro
Hoje é o passado do futuro

SÃO PAULO BY DAY

Atendendo a diversos pedidos, segue abaixo a reprodução - sem cortes - do texto publicado no blog Multicultural Paulista. Divirta-se!
.
Era sábado de tarde, e apesar de toda a sorte de coisas pra se fazer numa metrópole como São Paulo, um tédio sem tamanho dominou-me de tal forma que eu simplesmente não fui capaz de fazer outra coisa senão ficar jogado sobre a cama e olhando para a televisão, apesar do sol que fazia lá fora e de toda a sorte de lugares ainda a desbravar e de pessoas a - quem sabe - conhecer.
Jogado em meu quarto, eu cochilava, acordava, mudava de posição, depois cochilava novamente, acordava, mudava o canal da televisão e parecia que nada acontecia. O telefone não tocava, o vento não soprava, as moscas não voavam, acho até que o mundo não girava. Ao mesmo tempo eu não tinha forças pra fazer qualquer coisa acontecer... então estava ótimo daquele jeito!
Aí, entre um cochilo e um despertar, percebi que começava na TV Cultura um episódio do seriado “Anos Incríveis”. Obviamente era mais uma das mil reprises que tal emissora fazia daquele seriado, mas como sempre acontecia, eu acabava assistindo, pois simplesmente adorava aquele programa, talvez pelo fato dele me transportar para os MEUS anos incríveis, mas principalmente porque eu torcia pra cacete pra que o Kevin Arnold e a Winnie Cooper terminassem juntos. Seria a minha forma de desforra, a minha pequena e enfadonha forma de vingança por não ter conseguido que meus anos incríveis fossem realmente tão incríveis como eu gostaria que tivessem sido.
Com o desenrolar do programa fui me dando conta de que eu não me lembrava daquele episódio, fato que me fez prestar ainda mais atenção na trama. Os dois protagonistas estavam mais velhos, acho que já perto dos 18 anos. Como sempre, ambos se desentenderam, brigaram e cada um foi pro seu lado. Kevin resolveu fugir e caiu na estrada, a pé. Entretanto, ao pedir carona a um carro que passava, quem estava lá dentro? Sim, a Winnie! Ela também fugira e pegara carona. Era o destino agindo a favor deles! Bem, foda-se! Não vou ficar aqui contando todos os detalhes do episódio e vou pular direto para o que interessa. Eles por fim se entenderam depois de uma longa conversa e voltaram juntos para suas casas. Então o “Kevin velho” que sempre narrava ao fundo os acontecimentos, começou a contar o que acontecera com cada um dos personagens depois de tudo isso, e então eu me dei conta que aquele era o último episódio da série. Puta que o pariu! O último! Que sorte a minha! Nunca havia assistido àquele episódio, e por fim teria minha tarde de tédio recompensada ao saber que Winnie e Kevin ficaram juntos e viveram felizes para sempre!
Que!? Como é que é? Não ficaram juntos? Que porra é essa? Ah, mas você deve estar de brincadeira comigo! NÃO FICARAM JUNTOS?
Pois é, eles não ficaram juntos no final. Meu mundo caiu novamente. Parecia que eu tinha tomado a mesma tijolada no meio da testa, como a talvez uns 22 anos atrás! Peguei-me sentado na cama, olhando os créditos do programa subindo pela tela, enquanto uma lágrima escorria do meu olho. Lembrei-me de tantas coisas naqueles últimos segundos, e por fim caiu a ficha de que a vida é assim mesmo, e que até num programa de televisão a vida é capaz de ser ela mesma, simples, as vezes injusta, meio fora de foco, nem sempre seguindo o caminho que achamos que ela deveria seguir, e sabe-se lá Deus aonde é que a gente vai parar no fim disso tudo.
E se você achava que meu sábado estava ruim, nem faz idéia de como ele ficou depois que o programa acabou. Foram dois cigarros na seqüência, debruçado na janela e olhando para o nada, só pra me acalmar. Aí fui pra cozinha tomar água e comer alguma bobagem. As lembranças da minha infância e adolescência não paravam de vir à tona. Eu também perdera um amor de infância, e anos depois foi a vez do meu pai partir dessa pra melhor. Será que acontecia com todo mundo? Sim, mais cedo ou mais tarde, de uma forma ou de outra, a resposta era sim.
E aí a porra da minha memória começou a trabalhar furiosamente, rebuscando sons e imagens do fundo do baú, e como se não bastasse, eu resolvi dar uma mãozinha ao meu cérebro, e fui atrás dos álbuns de fotografia. E lá estava eu, congelado no tempo em papéis amarelados, ora bebê, ora moleque, ora adolescente, ora adulto. Roupas esquisitas, cabelo esquisito, gente que eu quase nem mais lembrava quem era, e por fim, ELA! Meu Deus do céu! Como ela estava linda naquela foto! Olhando aquela foto mesmo depois de todos esses anos, eu novamente tive a certeza de que ela era a menina mais linda que eu já havia visto. Comecei a lembrar dos passeios que fazíamos juntos, dos restaurantes aonde nossos pais nos levavam, das brincadeiras, das brigas infantis, e do esforço que eu fazia para ter a atenção dela – nem sempre recompensado. Lembrei-me também de uma ocasião muito especial pra mim, de quando estávamos num parque, num brinquedo parecido com um balanço, mas que cabiam duas crianças, sendo uma na frente e outra atrás, porém sem nada que as dividissem. Lembro-me que estávamos ela e eu nesse brinquedo, e que de repente, sem aviso, ela passou seus braços pelo meu abdômen, abraçando-me, e encostou sua cabeça em meu ombro, e ali ficou, e assim ficamos. Puta que pariu! Se eu pudesse congelar o tempo, eu estaria ali até agora, naquela mesma posição, daquele mesmo jeito! Senti um nó na garganta, e uma vontade louca de chorar... mas não o fiz. Fiquei apenas segurando a mesma foto, ainda, e pus-me a pensar como é que teria sido se nós tivéssemos namorado, casado, e quem sabe até tido filhos. Claro, os “se” não contam, assim como os “quase”, afinal de contas – como diria um amigo meu, “se” minha avó tivesse pinto, ela seria meu avô! Ou “se” minha avó tivesse quatro tetas, ela seria uma vaca! Mas não importa, afinal de contas nós ainda não pagamos pra sonhar, seja lá o que for!
Algo gostoso de se sentir começava a correr nas pelas minhas veias! Decidi que seria muito legal tentar saber sobre ela, sobre como andava a vida dela, mesmo correndo o risco de acabar descobrindo o que eu não queria (porra, eu não posso ter perdido meu primeiro amor pr’um bosta qualquer), e então comecei a pensar em como encontrá-la. Eu sabia que ela havia se mudado com a família pro interior, e isso já fazia um bocado de tempo, mas os contatos entre as famílias foram se perdendo por conta da distância, e hoje eu não tinha quaisquer pistas que pudessem me levar até aquela menina maravilhosa de olhos jaboticaba e cabelos negros como a noite, cujo sorriso descobri que ainda me fazia perder a fala.
Acontece que esses são os incríveis anos 2000! Centenas de satélites de espionagem orbitam ao redor da Terra, câmeras filmam as pessoas nas ruas, e a Internet tem todo o tipo de informação que uma pessoa possa desejar conseguir. E assim, munido de nome e sobrenome, mais a cidade pra onde ela havia se mudado, lá fui eu atrás do seu paradeiro! Senti-me como um Bandeirante em busca do El Dorado, enquanto fuçava e esmiuçava as informações que me iam chegando na tela do PC. Fazia conexões, tentava obter ligações que fizessem algum sentido lógico, e por fim pistas palpáveis começaram a surgir. Eu era só excitação, diante da possibilidade de talvez poder encontrá-la, ouvir sua voz, ter alguma notícia. Então, após algumas horas de pesquisa e algumas conexões estabelecidas, achei sua página pessoal naquela porra de Orkut. E havia fotos dela! Meu Deus, ela continuava linda! E havia um perfil: idade, ocupação, blábláblá, blábláblá, SOLTEIRA! Puta que o pariu! Finalmente os deuses olhavam pra mim de forma generosa! Havia achado meu El Dorado! Até o endereço do e-mail estava ali. Era tudo o que eu precisava!
Abri o processador de textos e comecei a digitar furiosamente, descrevendo todos os meus sentimentos, anseios e ilusões, todas as lembranças que eu tinha dela... o rosto, os cabelos, os olhos, o sorriso, e inclusive sobre tudo aquilo que eu imaginei durante estes anos todos, sobre como poderia ter sido se tivéssemos tido uma vida em comum, e que ainda houvesse tempo para tal, claro, se talvez ela também tivesse sentimentos semelhantes aos meus. Após encher três folhas com desejos e possibilidades, me dei por satisfeito! Corrigi ortografia, tirei os excessos, ajustei fonte, parágrafo e tamanho da página, depois transferi tudo pro e-mail.
Porém, meu dedo vacilou na hora de apertar “enviar”. Inegável que ela era e continuava linda, isso é indiscutível. Mas ela poderia não corresponder àquela áurea toda que pintei acerca da pessoa dela, e é claro, eu também poderia desapontá-la. Simplesmente bateu um medo que eu nunca havia sentido antes... um medo de que esse sentimento tão puro e belo viesse a se perder. Ela até poderia entender o significado daquela mensagem e, quem sabe, ter sentimentos semelhantes aos meus, e com muita sorte querer compartilhar duma vida em comum. É, seria ótimo! Mas, e se no decorrer desta vida, algo qualquer mais forte que nós viesse a acabar com esta coisa tão bela, tão pura... como ficaríamos? Pra quê colocar em risco este amor, e talvez até transformá-lo em ódio? Não seria melhor deixar quieto?
Apaguei da tela a mensagem destinada à mulher que sempre nunca foi minha, desliguei o computador e por fim saí de casa rumo ao boteco mais próximo, pois assim como minhas ilusões, meu maço de cigarros também estava acabando.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

VÔO 1907- 1 ANO DA TRAGÉDIA


ei, psiu!
ei, meu irmão!
é... você mesmo!
posso lhe pedir um favor?
prometo que não irá demorar muito

peço apenas que feche seus olhos
feche seus olhos só um pouco
depois esvazie sua mente
dos problemas do cotidiano

agora tente confrontar seus sentimentos
sobre aquilo que é inevitável na vida:
a morte... a sua única certeza

não sei, mas sob um certo ponto de vista
pode até parecer algo bom
como quem acha o caminho para o paraíso
ou como quem finalmente verá a face de deus
ou seria só algo que termina, como uma luz que se apaga?

bem, na verdade agora isso não importa e não vem ao caso
mas eu te peço: permaneça com os olhos fechados
delete tudo da sua mente... deixe-a fluir
e vislumbre a forma como você gostaria que isso acontecesse
... como você gostaria que sua hora chegasse

provavelmente você dirá que prefere algo indolor
enquanto dorme, já velhinho
com seus netos e filhos lhe rodeando
e sua companheira de tantos anos lhe segurando a mão

sim, eu também gostaria que fosse desse jeito
mas não é o que eu gostaria que você imaginasse
não agora
pelo contrário...
já que não nos é dada chance de escolhermos como e quando
então peço que você se imagine encarando a dona morte da seguinte forma:

você está na plenitude da sua vida
conquistou tudo o que até então pôde alcançar
constituiu família, criou uma reputação junto aos seus pares
emprego estável, casa na praia, filhos lindos, mulher que te ama

só que agora você está voando
está a 11.000 metros de altura
e então algo de errado aconteceu
a panela de pressão voadora aonde você se encontra
começa a cair de nariz em direção ao solo
você ouve o barulho do metal rangendo, rasgando a loucos 900km/h
rebites se soltando à medida em que a velocidade aumenta
nenhum comando obedece, asas se partem
motores já não existem mais
e o chão se aproxima
- a velocidade terrível da queda, diria lobão

nada que você possa fazer para mudar tal situação
o zumbido do vento abafa os teus gritos
só uma única certeza: você vai morrer
o chão agora se aproxima rápido demais
acentos se soltam enquanto a fuselagem desmancha no ar
(e dizer que num minuto atrás você pedia refrigerante com gelo à comissária)

não há tempo para ligações no celular
ou escrever um bilhete de despedida
o acento flutuante ao qual você está preso não irá lhe ajudar
pois você está indo de encontro à mata fechada
ao chão firme... duro... sólido...
rápido demais
rápido de...

merda! (seria essa a última palavra sussurrada pelos seus lábios?)

e nesse exato instante tudo já era
a dor do seu corpo sendo mutilado
retalhado pelos destroços e pelos galhos das árvores
e depois queimado pelo querosene em chamas
oriundo dos tanques da aeronave é tão grande
que nem se parece mais com dor
e aí, então, já não se sente mais nada
você morreu

simplesmente assim, nada demais
nada que você ou alguém pudesse ter feito
puro destino
tinha que acabar dessa forma
triste
trágica
estúpida

se este esforço de imaginação lhe causou desconforto, desculpe
mas é que às vezes esse tipo de coisa realmente acontece
e às vezes é preciso que 154 pessoas morram dessa triste forma
para lembrarmos o quão frágeis somos
para lembrarmos também de que
tudo aquilo que conquistamos
- o carro e a casa e o status e seja lá o diabo que for -
podem acabar de uma hora para outra
sem que nada possamos fazer contra

melhor começar a pegar leve
melhor começar a se desapegar de certas coisas fúteis
baixar a bola, descer do pedestal
deixar toda a vaidade de lado
pra desfrutar de tudo que realmente tem valor

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

SETEMBRO


Setembro! Mês do início da primavera, a estação das flores. Tempos de renovação!
E foi num mês setembro que, do Ipiranga até as suas plácidas margens, ouviu-se o brado retumbante daquele povo heróico... E os raios fúlgidos do sol da Liberdade brilharam no céu da Pátria naquele instante.Sim, amigo(a) leitor(a) do BISQUI. Se você hoje é livre para escolher entre tofu e peito de peru defumado, é porque conseguimos conquistar com braço forte o penhor da igualdade. Se ao som do mar e à luz do céu profundo, você fica deitado na areia, bebericando sua cervejota e comendo aquele espetinho de camarão com limão, enquanto bronzeia esse seu corpinho lindo, lembre-se entretanto de que não fugirás à luta ou temerá a própria morte, pois te amamos, Pátria Amada, Brasil-sil-sil!!!

BLOG: QUE PORRA É ESSA?


Jorn Barger, autor de um dos primeiros FAQ - Frequently Asked Questions, foi o editor do blog original robotwisdom e concebeu o termo - "weblog" - em 1997, definindo-o como uma página da Web onde um diarista (da Web) relata todas as outras páginas interessantes que encontra. O blog de Barger tem uma aparência diferente dos atuais e ainda hoje mantém a mesma interface de quando foi criado. O termo foi alterado por Peter Merholz, que decidiu pronunciar "wee-blog", que tornou inevitável o encurtamento para o termo definitivo "blog". Rebecca Blood, pioneira no uso de blogs, relatou suas experiências, explicando que em 1999, os blogs eram distintos tanto em forma como conteúdo das publicações periódicas que os precederam (ezines e journals). Eles eram rudimentares em design e conteúdo, mas aqueles que os produziam achavam que estavam realizando algo interessante e decidiram ir adiante. Os blogueiros referenciavam entradas interessantes em outros blogs,normalmente adicionando suas opiniões. Créditos eram concedidos a um blogueiro individual quando outros reproduziam os links que este havia encontrado. Devido à freqüente interligação entre os blogs existentes na época, os críticos chamaram os blogueiros de incestuosos, que por sua vez sabiam que amplificavam as vozes uns dos outros quando criavam links entre si. E assim a comunidade cresceu. Os blogueiros pioneiros trabalharam para se tornar fontes de links para material de qualidade, aprendendo a escrever concisamente, utilizando os elementos que induziam os leitores a visitar outros sites.
O panorama mudou quando, naquele mesmo ano de 1999, diversas empresas lançaram softwares desenvolvidos para automatizar a publicação em blogs. Um destes softwares, chamado
Blogger, apresentava enorme facilidade para publicação de conteúdo, e com a sua interface privilegiando a escrita espontânea, foi adotado por centenas de pessoas. O conhecimento tecnológico para manutenção de uma ferramenta para publicação na Web passou a não ser mais um requisito. A estrutura técnica era gerenciada pela empresa, que também oferecia a criação de blogs a custo zero, assim como os valores agregados: um item em um blog possui valor de produção irrisório comparado com o de um artigo veiculado na grande mídia. Essa adoção em massa, e a não utilização dos links como o elemento central da forma, causou controvérsia na comunidade original blogueira. Eles acusavam os blogs gerados pelos novos softwares de serem simplesmente diários, e não blogs – e o que representava os blogs “de verdade” eram os links. Alguns achavam que com a seleção criteriosa e justaposição de links, os blogs poderiam se tornar uma importante nova forma de mídia alternativa, agregando informações oriundas de diversas fontes, revelando diferentes pontos de vista e talvez, influenciar a opinião em larga escala – uma visão chamada “mídia participativa”.
Mas a mensagem passou a modelar o meio. No início de 2000, Blogger introduziu uma inovação – o
permalink, conhecido em português como ligação permanente ou apontador permanente – que transformaria o perfil dos blogs. Os permalinks garantiam a cada publicação num blog uma localização permanente - uma URL – que poderia ser referenciada. Anteriormente, a recuperação em arquivos de blogs só era garantida através da navegação livre (ou cronológica). O permalink permitia então que os blogueiros pudessem referenciar publicações específicas em qualquer blog. Em seguida, hackers criaram programas de comentários aplicáveis aos sistemas de publicação de blogs que ainda não ofereciam tal capacidade. O processo de se comentar em blogs significou uma democratização da publicação, consequentemente reduzindo as barreiras para que leitores se tornassem escritores.
A blogosfera, termo que representa o mundo dos blogs, ou os blogs como uma comunidade ou rede social, cresceu em ritmo espantoso. Em 1999 o número de blogs era estimado em menos de cinqüenta; no final de 2000, a estimativa era de poucos milhares. Menos de três anos depois, os números saltaram para algo em torno de 2,5 a 4 milhões. Atualmente existem cerca de 70 milhões de blogs e cerca de 120 mil são criados diariamente, de acordo com o estudo State of Blogosphere.
O estudo revela que a blogosfera aumentou em 100 vezes nos três últimos anos e que atualmente ela tende a dobrar a cada seis meses. Esse aumento significativo no número de blogs ao longo dos anos, fez com que a grande mídia desse maior importância ao fenômeno: entre 1995 e 1999 apenas onze artigos jornalísticos sobre blogs foram publicados. No ano de 2003, estima-se que 647 artigos foram publicados.
Provavelmente a maior diferença entre os blogs e a mídia tradicional é que os blogs compõem uma rede baseada em ligações - os links, propriamente. Todos os blogs por definição fazem ligação com outras fontes de informação, e mais intensamente, com outros blogs. Muitos blogueiros mantêm um “blogroll”, uma lista de blogs que eles frequentemente lêem ou admiram, com links diretos para o endereço desses blogs. Os blogrolls representam um excelente meio para observar os interesses e preferências do blogueiro dentro da blogosfera; os blogueiros tendem a utilizar seus blogrolls para ligar outros blogs que compartilham os mesmos interesses.

O BLOGUEIRO
Blogueiro é uma palavra utilizada para designar aquele que escreve em blogs. O universo dos blogueiros (a soma de tudo o que está relacionado a este grupo e este grupo em si) é conhecido como blogosfera.
No dia
31 de agosto, comemora-se o Dia do Blog, que se propõe a promover a descoberta de novos blogs e novo blogueiros.

Parabéns a todos os blogueiros!

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

BISQUI CHANNEL

Pois é, querido(a) leitor(a)! Fico até envergonhado de dizer o que segue nas linhas abaixo, mas é a pura verdade: eu estou com saudades do antigo “Show de Calouros” do Silvio Santos! Sim, aquele mesmo aonde os jurados eram o Pedro de Lara, o Sérgio Mallandro, a Flor, o Décio Piccinini, a (maravilhosa) Sônia Lima e o seu marido Wagner Montes (que vivia dando mancada), a Elke Maravilha, e até a Aracy de Almeida!
Diante de tanta tosqueira apresentada hoje em dia na televisão aberta, eu só posso é ficar com saudades daquele programa, que, por pior que fosse, dava de mil a zero nessa porcariada toda que passa na televisão hoje em dia.
Outro dia, brincando com o controle remoto, me deparei com uma situação no mínimo inusitada: o programa da Eliana (argh!) e o programa do Gugu (affff!), que são de emissoras distintas, exibiam ao mesmo tempo (repito: ao mesmo tempo) o mesmo tema em seus respectivos programas, que era aquela chatice do tal Mister M, e que talvez por direitos da Rede Globo, chama-se agora “Mágico Mascarado”. Ou seja, um quadro que anos atrás passou em “toda poderosa” – como diria Clodovil, agora é reprisado em “duas” emissoras!
O tal quadro do “mago de todos os sortilégios” (!?), que já era um saco de se assistir quando era apresentado no Fantástico, por conta da narração mais que enfadonha do Cid Moreira, agora ficou pior ainda, pois os cidadãos que fazem as narrações em suas respectivas emissoras, procuram imitar o Cidão. Que falta de criatividade!
E o que dizer então da “elite” de apresentadores, tais como Eliana, Márcio Garcia, Luciano Huck, Gugu, Faustão, Raul Gil, Celso Portioli... Meu Deus do céu! Isso tudo se deixarmos de lado programas diários, como os apresentados de manhã por Ana Maria Braga, Xuxa (hein?), aqueles vespertinos tipo Leão Lobo e Sônia Abrão, e de noite por Gilberto Barros, Luciana Gimenes e até Jô Soares. E pra quem gosta de futebol, nada pior que as tais mesas redondas recheadas de “jabás” e anunciantes de todo espécie, com tipos como Chico Lang, Roberto Avalone, Milton Neves e cia. Agora, caso você ligue sua televisão na madrugada, numa noite de insônia, ah coitado! É tudo na base do “Fala Que Eu Te Escuto”, com pastores e fiéis de diversas igrejas dando seus testemunhos, pregando a Palavra, e vendendo Bíblias.
Tudo é pura desinformação, uma chatice só. Será que ninguém se cansa de ver esse povo aparecer na televisão? Até mesmo o Silvio Santos parece já ter gastado todas as fórmulas em seus programas. A diferença dele para com os demais, é que o cara simplesmente é o mestre, e consegue transformar algo chato em algo menos chato. O resto limita-se a copiá-lo, muito mal, diga-se de passagem, e o que já é ruim, acaba por se tornar pior ainda.
Não é à toa que as emissoras andam reprisando programas antigos em suas grandes de programação. Escolinha do Golias, Família Trapo, Família Dinossauros e até o Pica-Pau. Só falta a Globo também voltar a passar Os Trapalhões!É... Merda por merda, acho que está na hora de arrumar uma concessão junto ao Ministério das Telecomunicações, e colocar no ar o BISQUI CHANNEL! Quer trabalhar na TV? Mande já o seu currículo!

quarta-feira, 25 de julho de 2007

RELAXA, TOP, TOP, TOP, E GOZA. É OURO!

Caro leitor.
Não é objetivo da BISQUI ser instrumento de denúncia, seja ela de cunho político, partidário, esportivo, comportamental, ou o que quer que seja. Nosso único objetivo é tentar entretê-lo, já que ao entrar no Internet, ao ligar a televisão, ao abrir o jornal ou sintonizar uma emissora de rádio, temos quantidade suficiente de informações, competindo à nós filtrarmos aquilo que interessa ou não, para então formarmos opinião. Acontece que simplesmente não dá pra ficar parado, de braços cruzados, apenas observando essa chuva de desinformação que nos assola, aparentemente em todos os níveis da sociedade. Não dá pra ficar parado diante de tamanho descaso do governo, com uma população que paga - e bem - seus impostos em dia. Não dá pra ficar parado diante de tanta roubalheira, diante de crises aéreas, políticas, diante do ufanismo brazuca em tempos de Pan. Não dá!
Assim, reproduzo, abaixo a coluna publicada ontem na "Folha de S.Paulo" por Juca Kfouri, que, acredito eu, expressa o sintimento atual da maioria dos brasileiros.

Relaxa, top top top, e goza. É ouro!
Impressiona como o país cada vez mais se acostuma a fingir e a viver, e a morrer, das próprias mentiras
Pegue-se qualquer exemplo, mas fiquemos com os mais recentes.
No esporte, para começar.
O milésimo de Romário é um bom caso.
O Pan-2007, outro.
Ora, todos sabemos que o Baixinho, fabuloso, maior jogador que uma grande área já viu, criou um objetivo para ele mesmo e todos entraram na festa. Viva!
Mentira inofensiva. Mas mentira. Mentirinha, digamos.
Com o Pan é mais grave, pelo uso do dinheiro público sem a menor cerimônia, um dinheiro que os passageiros que cruzam o país pelos ares agradeceriam se o vissem mais bem gasto.
E aí a falsidade é grave, porque mata.
Em torno do Pan, a omissão é medalha de diamantes.
Thiago Pereira, que é um nadador digno de todo respeito e não tem a menor culpa do que se omite, é tratado como quem superou Mark Spitz.
E, friamente, é verdade.
Mas meia verdade, muitas vezes pior que a mentira pura, por mais difícil de ser desmascarada.
Ora, Spitz, ao ganhar cinco ouros no Pan de Winnipeg, em 1967, simplesmente bateu três recordes mundiais, como bateu outros sete ao ganhar mais sete medalhas de ouro em Munique, nos Jogos Olímpicos de 1972.
Compará-lo a Pereira não honra nenhum dos dois.
Fiquemos por aqui, para falar do que é mais chocante, porque sempre com a cumplicidade da mídia.
A tragédia da TAM, que obscureceu o Pan, é rica em ensinamentos.
Começou não é de hoje, com o escândalo do Sivam, no governo anterior, e continuou impávida e colossal de lá para cá.
Uma frase debochada e ultrajante da ministra do Turismo, um gesto raivoso e moralmente pornográfico do assessor presidencial, um pronunciamento vazio e perplexo do presidente que nunca havia visto uma sucessão de acontecimentos tão caóticos nos aeroportos nacionais e pronto!
Tudo continua como antes, a não ser, é claro, para quem morreu e para quem ficou por aqui, na saudade.
Ora, nem Romário é um artilheiro comparável a Pelé nem Pereira é o novo Spitz nem este governo é mais ou menos culpado que o anterior.
Somos todos responsáveis, ou quase todos, que continuamos a voar como voamos, a votar como votamos, a festejar como festejamos e a reclamar mais dos que são rigorosos do que daqueles que são complacentes.
Dar ao Pan-2007 sua verdadeira dimensão é, para muitos, sintoma ou de bairrismo ou de mau humor.
E a crise aérea vira exploração política.
Mas o que se vê na TV no Pan, e o que se viu e ainda se verá na TV sobre o avião da TAM, é de dar vergonha de como se faz jornalismo/sensacionalismo no Brasil.
O ufanismo sem limites e a demagogia sentimentalóide não nos levarão a lugar algum, a não ser neste em que estamos, do caos, da falta de perspectiva e da acomodação cúmplice e criminosa.
Os resultados superdimensionados do Pan-2007 inevitavelmente se transformarão em frustração quando Pequim chegar, no ano que vem.
Ou alguém acredita mesmo que o Brasil superou o Canadá, que é mais saudável e pratica mais esporte que o país norte-americano?
Brasileiro com muito orgulho?
Quadro de medalhas: 200 mortos.